domingo, 23 de maio de 2010

Paulo Paim diz que não é demagogo

IG / Poder on line


O presidente Lula foi aconselhado pelos ministros da área econômica a vetar o projeto de autoria do senador Paulo Paim, aprovado pelo Congresso, que derruba o chamado fator previdenciário.

Lula tem esbravejado contra o texto e a demogagia dos parlamentares às vésperas das eleições. Poder Online resolveu ouvir Paim, que, quando Lula era deputado, chegou a dividir com o colega um apartamento funcional em Brasília:

iG - Muitos integrantes do governo e da oposição dizem que a aprovação do projeto às vésperas da eleição se deu por demagogia. O senhor é um demagogo?

Paulo Paim - Quem fez demagogia que se explique, porque eu estou sendo coerente com minha ideologia e minha história. Estou travando uma batalha para resolver o problema do fator previdenciário há 10 anos. Quem fala isso, não conhece a matéria. O fator previdenciário confisca a receita do trabalhador em geral de maneira injusta, causando-lhe um prejuízo de 30% a 38% na aposentadoria e, para a mulher, é ainda pior. Hoje, cerca de 90% dos que sofrem as consequências do fator têm renda de até três salários mínimos.<

iG - Mas o fim do fator previdenciário causa impactos negativos para a economia do país.

Paim - Desde que foi criado, há mais de dez anos, o fator previdenciário já trouxe uma economia de R$ 10 bilhões. Ou seja, seria um gasto insignificante de R$ 1 bilhão por ano. Retirar o fator não vai trazer impacto algum para a economia, até porque a Previdência não é deficitária e dá conta de pagar.

iG - Então por que o Lula não se mostra favorável à derrubada?

Paim - O Lula está sendo enganado pelos tecnocratas, que não querem admitir que a retirada do fator é absolutamente possível porque não tiveram a idéia antes.

iG – Mas o presidente tem demonstrado irritação com o senhor. A velha amizade entre vocês acabou?

Paim - Não me encontrei com ele desde que o projeto foi aprovado, mas acho que o presidente Lula não está chateado. Ele sabe que estou sendo coerente com minha história e luta. E nunca me pediu que eu mudasse de posição.

(Ana Paula Leitão)

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